Por:Editor Saletto
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jun 2021
O gerenciamento é um aspecto fundamental em diversas áreas do mercado de trabalho contemporâneo, uma vez que, a partir dele, torna-se possível alcançar grandes índices de produtividade, ainda oferecendo qualidade em serviços e produtos. Nesse contexto, sugiram alguns métodos que buscam sistematizar esse gerenciamento, subdividindo-o em algumas etapas. Um desses métodos, talvez o mais conhecido, é o ciclo PDCA, sigla em inglês para Plan-Do-Check-Act, que na tradução livre significa Planejar-Fazer-Verificar-Agir, cujo principal ponto é aprimorar o processo produtivo de forma contínua.
De acordo com J. A. L. Waddel, Frank W. Skinner, Wessman (1933), “Engenharia é a ciência e a arte de tratar eficientemente com materiais e forças. (…) Envolve o design e construção mais econômico (…), assegurando, quando realizado adequadamente, a combinação mais vantajosa de acuidade, segurança, durabilidade, velocidade, simplicidade, eficiência e economia possível para as condições de design e serviço.” Desse modo, percebe-se que a dependência de um método é algo intrínseco à engenharia, visto que, por definição, se trata de uma área que busca sempre atingir a maior eficiência possível. Sendo assim, avalia-se o PDCA não só como uma alternativa interessante, como também uma das mais utilizadas nesse meio.
A primeira etapa do PDCA é o planejamento. Nela, são identificados os principais problemas a serem resolvidos. Nessa etapa também é comum traçar paralelos entre os recursos necessários para a resolução do problema e os recursos disponíveis para o mesmo, sejam esses recursos humanos, financeiros, materiais ou intelectuais. De modo geral, essa fase é muitas vezes ignorada na área de engenharia. Afunilando o pensamento para a construção civil, por exemplo, diversas obras apresentam grandes divergências entre o orçamento previsto e o orçamento final por conta de falhas que poderiam ser evitadas caso a fase de planejamento fosse executada de forma mais eficaz. Desse modo, a fase inicial deveria envolver toda a elaboração do projeto, criação de cronograma, o levantamento dos fornecedores e a montagem de uma equipe.
Na segunda fase, na qual a palavra “fazer” é o pilar principal, é hora de executar o planejamento criado, ou seja, implementar a solução escolhida na fase anterior. Focando, mais uma vez, no ramo da engenharia civil, nessa etapa seriam feitas as relações contratuais com funcionários, fornecedores, além da execução da obra propriamente dita, desde a montagem do canteiro, até execução das etapas construtivas, desde a fundação ao acabamento.
Seguindo para a etapa da verificação, é válido ressaltar que esta ocorre de maneira simultânea à anterior. Nela, são identificados e corrigidos eventuais erros que podem acontecer. É importante traçar um paralelo entre os resultados almejados e os obtidos, para que assim seja possível validar a eficácia das medidas adotadas na fase de planejamento. Para que isso seja possível, é primordial o monitoramento durante toda a fase de execução, que tende a ser uma das principais responsabilidades do engenheiro para que tudo ocorra nos moldes.
Por fim, o módulo agir. A partir da identificação de falhas realizadas na etapa antecedente, é necessário investiga-las mais a fundo e então agir para corrigi-las. Desse modo, torna-se possível a realização de um levantamento geral dos pontos positivos e negativos para o ciclo adotado, para que todo esse procedimento seja aprimorado no próximo ciclo, podendo enfim alcançar uma padronização do processo. A figura 1 é um desenho esquemático que resume cada uma das etapas do ciclo.
A partir do que foi apresentado, pode-se concluir que o PDCA deve ser interpretado exatamente da maneira como se propõe: um ciclo. Sendo assim, cada vez que o ciclo é aplicado e os problemas são transformados em melhorias para o ciclo posterior, a empresa passa por uma melhoria contínua. É importante ressaltar que, apesar de ter sido utilizado para a exemplificação das etapas o processo da construção civil como um todo, essa mesma metodologia também pode ser aplicada em seus subprocessos, como na simples execução de uma concretagem ou fundação.
Entretanto, ao aplicar o método PDCA, é vital não permitir que ele se torne uma robotização do processo produtivo de uma empresa. Especialmente na engenharia, que vem se tornando um mercado cada vez mais dinâmico e moldável de acordo com os interesses do consumidor. É essencial que a criatividade do funcionário e a melhoria do no processo produtivo não sejam limitados por uma singularização severa do processo, como propunha o Taylorismo no século XIX, por exemplo. No PDCA, cada módulo do ciclo deve estar conectado ao módulo seguinte, de forma que ao final de um ciclo, o próximo já esteja com as melhorias implantadas, levando a empresa ou negócio que adota o método a evoluir continuamente.