Entrevista: Piero Anticona | Construtibilidade para projetos de grande porte e gestão contratual

Por:Editor Saletto
Destaque

26

abr 2022

Entrevista com Piero Anticona – CoE Project Manager – NoirLab

Qual a sua formação, experiência e área de atuação atual?

Sou Engenheiro Eletricista Mecânico de profissão, mas toda a minha experiência foi dedicada à gestão. Tenho mais de 15 anos de Controlador de Projetos. Trabalhei em diferentes setores como mineração, energia, petróleo e gás para pequenos, médios e megaprojetos. Desenvolvi minha experiência em diferentes empresas de engenharia e construção no Peru e na França. Participei em diferentes fases dos ativos, tanto como proprietário, EPCM e empreiteiro.
Atualmente sou Gerente de Projetos da NOIRLab, entidade americana dedicada à administração de observatórios nos EUA e Chile. Estamos trabalhando na implementação de um Gabinete de Gestão de Portfólios que promova a utilização de boas práticas na gestão de projetos para os diferentes programas de astrofísica que a empresa tem. Também sou Diretor da Região 10 LATAM da Association for the Advancement of Cost Engineering (AACE), entidade americana que divulga a Engenharia de Custos.

O que é Construtibilidade, qual é o objetivo e como é aplicada em grandes projetos?

De acordo com a AACE International, a Construtibilidade visa construir da forma mais simples possível. E avaliar precocemente diferentes métodos construtivos, materiais, recursos que permitem reduzir os tempos de execução, tendo sempre em conta a segurança, reduzir riscos, sem perder qualidade, reduzir pedidos de alteração e por isso reflecte-se numa redução da estimativa de custos do projeto.
Nos megaprojetos, todo um plano de construtibilidade é implementado desde as fases de pré-viabilidade para acompanhar à medida que avançamos no desenvolvimento das diferentes alternativas, que apresentam melhores resultados no momento da construção, por isso são revisados ​​diversos aspectos, desde engenharia, materiais, equipamentos, pessoal, áreas de trabalho, métodos construtivos e outros que permitam a geração de um ativo que opere além das expectativas do usuário e dos investidores.
Para fazer isso, a AACE International desenvolveu o que chama de Práticas Recomendadas sobre como implementar a construtibilidade em uma organização durante as diferentes fases de um projeto. Ele nos oferece um guia muito prático de todos os aspectos que devemos revisar se queremos fazer construtibilidade.

Vera C. Rubin Observatory basks under a cloudless sky in this image. The observatory is currently under construction atop Cerro Pachón in Chile. If you look closely, you can see a sliver of the teal-blue steel of the telescope structure within the nearly finished dome. Further sheets of the same blue steel are neatly stacked in the building site nearby. Beyond Cerro Pachón, the domes of Cerro Tololo Inter-American Observatory are visible on a nearby summit, and other ridges of the Andean foothills fade into blue in the distance. When complete, Rubin Observatory will use its 8.4-meter telescope and 3200-megapixel camera to conduct an unprecedented, multi-color, decade-long survey of the optical sky called the Legacy Survey of Space and Time (LSST). The camera will be the largest ever constructed for astronomy and will weigh almost 2800 kilograms — more than a rhinoceros!

Quais são os desafios, fraquezas e oportunidades na área?

Muitas vezes, ao rever os passos que são feitos para implementar a construtibilidade, estamos fazendo a construtibilidade sem perceber. Encontrar maneiras de tornar nossos projetos funcionais, construir rapidamente, ser seguro, ter uma equipe de execução experiente, envolver potenciais membros do projeto antecipadamente, como pessoal de compras, construção ou contratação, também são formas de aplicar a construtibilidade. Mas a AACE nos dá uma estrutura ordenada de como implementá-la, como criar um plano, uma equipe, atribuir responsabilidades e quais aspectos devemos analisar.
O desafio que tenho visto é que as empresas olham nos estágios iniciais para reduzir custos para realizar estudos de pré-viabilidade e viabilidade. Portanto, convencer os proprietários de que devem investir na implantação da construtibilidade nos estágios iniciais pode evitar mais problemas durante a execução e, portanto, derrapagens de custos no projeto. Ou seja, é melhor investir mais algumas horas no estúdio, onde ainda se pode intervir para fazer alterações mais caras na hora da construção.
Uma oportunidade é que métodos de gestão colaborativa, como o Integrated Project Delivery (PID), que também é a base do Building Information Modeling (BIM), podem ajudar a implementar a construtibilidade, envolvendo as equipes de aquisição e construção em um estágio inicial.

Como realizar uma melhor gestão contratual nesses projetos?

Os diferentes modelos de contratos de construção (fase de execução) não favorecem a aplicação da construtibilidade, uma vez que geralmente é aplicada em fases iniciais. De qualquer forma, há uma oportunidade que é exigida no momento da licitação ou recebimento de propostas de licitantes que aplicam um workshop de construtibilidade antes do planejamento para avaliar as opções de melhoria do projeto.

Linkedin: https://www.linkedin.com/in/panticona/

 


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