A importância da elaboração do orçamento do CAPEX em Projetos industriais – Entrevista com Geraldo Melo Jr

A importância da elaboração do orçamento do CAPEX em Projetos industriais – Entrevista com Geraldo Melo Jr

Entrevista com o Gerente de Planejamento e Gestão de Obras, Geraldo Melo Jr, sobre a importância da elaboração do orçamento CAPEX em Projetos Industriais:

O que é o CAPEX para Projetos Industriais?
O CAPEX para o projeto industrial é o valor a ser gasto, o orçamento do projeto. O importante quando falamos de CAPEX não podemos pensar apenas na obra, não é apenas o valor da obra. É o que você gasta para fazer todo o empreendimento, além da obra, tem outros custos. Temos a parte de gerenciamento, licenciamento, treinamento da equipe que vão participar da execução. E mais, você tem as incertezas da obra, reserva financeira do montante, do orçamento, para um evento não previsto. Por exemplo: uma chuva além do volume, greve de caminhoneiros e de ônibus. Tudo isso gera um custo. O CAPEX é o dinheiro que você usará para empreender.

Quais cuidados devemos ter ao elaborar o orçamento de CAPEX?
Primeiro: é ter uma boa engenharia. É essencial que você tenha uma boa engenharia, a precisão do CAPEX evolui conforme a evolução da sua engenharia. A engenharia conceitual gera um nível de incerteza maior do que o da engenharia executiva.
Segundo: ter uma boa base de dados financeira, de custos. Boa referência de custos. Ter uma cotação de mercado, um projeto similar que você executou/sua empresa. Um bom banco de dados, seja de referência ou de cotação, e um serviço feito ajuda a aumentar a precisão.
Terceiro: não pode esquecer dos custos que não estão diretamente relacionados a obra, o CAPEX não é apenas o Custo Direto. Ele tem os custos indiretos e as incertezas. Temos o curso da equipe e treinamento, meio ambiente, segurança, entre tantas coisas. E, também, as incertezas da própria engenharia.

Como controlar de maneira eficiente a execução do CAPEX?
Primeiro ponto para ter um bom controle, é ter um CAPEX estruturado conforme a EAP, o CAPEX e o cronograma estruturados com a mesma base, conforme áreas e subáreas que serão implantadas. Quando fazemos um prédio, dividimos a obra em partes: elétrica, hidráulica, alvenaria, entre tantas coisas. Você precifica e faz o cronograma em cima de subáreas. Da mesma forma que planejamos o tempo que levará para executar um projeto, planejamos, também, o custo.
Segundo: ter uma boa gestão de mudanças do projeto, para você controlar bem o CAPEX, você tem que controlar a gestão de mudanças. Relação com cliente, que propõe mudanças do projeto, por exemplo. Se não houver um bom gerenciamento de mudanças, aparecem vários itens que não foram planejados, assim com o empreendimento saindo do rumo inicial, perdendo o controle do CAPEX.
Terceiro: boa gestão das incertezas do CAPEX. Quando vamos estruturar um CAPEX, devemos conhecer as incertezas, estimá-las, itens que podem ocorrer. Existe uma metodologia para isso, Metodologia da Análise de Riscos. Devemos nos questionar: e se chover? E se ventar? E se derrubar o guindaste? Quanto tempo iremos ficar parados? E de quanto será o prejuízo?
Para um bom CAPEX, é preciso fazer uma boa estimativa, para chegar a um CAPEX mais preciso.

Geraldo é Gerente de Planejamento e Gestão de Obras na Vale e professor de Pós Graduação na PUC Minas. 



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